quarta-feira, 7 de agosto de 2024

PARA NÃO PIRAR DE VEZ...

Enquanto, espero vivenciar um mundo melhor, onde a convivência humana seja mais harmoniosa, produzindo um olhar mais amoroso em relação a vida e tudo que nela possa ser enxergado e sentido, escrevo...

Faço das letras que brotam de meu natural olhar cósmico e terreno, um ideal que me ampara emocionalmente, não permitindo que eu “pire de vez”, afinal, tudo é muito louco e sem sentido consistente que o sustente, transformando o sistema em hospícios a céu aberto e as pessoas em pacientes, cada qual, com a sua patologia e sendo tratados por outros diplomados na arte de atenuar as dores do mundo, no qual, também eles estão inseridos, daí a necessidade cada vez maior da farmacologia.


"Pobre cuidando do esfarrapado" é uma figura de linguagem bem apropriada...

Pílulas que atenuam as dores da alma, dando uma falsa sensação de bem estar e pseuda "cura" que como qualquer outra droga, com o passar do tempo, exige maior dosagem e variantes e essa afirmativa, advém da experiência pessoal.

Faz mais de duas décadas, desde que cheguei a este paraíso itaparicano, totalmente destruída física e emocionalmente que iniciei induzida pelas energias circulantes destas águas mansas e mornas, aliadas a um conhecimento pessoal íntimo, adquirido em dolorosos mergulhos em mim mesma e que fui registrando diariamente, sem disfarçar dores e incríveis alívios, tudo sempre acompanhado dos malditos medos e culpas, mas sem desistir, o que eu já sabia por dedução lógica da minha racionalidade que o “lexotan” em doses cavalares, não conseguiu apagar.

Afinal, a beleza enxergada e sentida, não poderia ser menos forte que as distorções comportamentais adquiridas, fazendo desabrochar o bendito senso de sobrevivência.

Esse é um processo doloroso, mas que tem início, meio e fim...

Pior é viver sem rumo, num nado contínuo, sem jamais se chegar a tão sonhada praia, agarrando-se em contínuas tábuas de salvação, enquanto, a vida flui...

Adia-se tudo que a mente sabe que é o único necessário para uma vida minimamente plena, através de falsas justificativas, esperando um amanhã que nunca chega...

Restando a morte, então, ora bem-vinda...

Regina Carvalho-7.8.2024 Itaparica

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