quinta-feira, 22 de agosto de 2024

ACASOS DE MINHA VIDA

Nos finais das tardes, na quietude de minha casa, mas principalmente de minha natureza, troco qualquer atividade para tão somente, ouvir minhas músicas e escrever e aí, como agora, ainda me surpreendo, afinal, são sessenta anos escrevendo diariamente, com raras interrupções, não sem que minha mente aflita, depois, não queira tirar o atraso, sem qualquer cerimônia, levando-me a exaustão.

Penso então, que existo para escrever e contemplar a vida, sempre na companhia de uma boa música como neste instante em que ouço Johnny Mathis, deixando a mente absolutamente livre para que o universo nela se instale, abrindo as gavetas de minhas memórias e que para a minha felicidade e paz, ainda faz uma espécie de contínua faxina, naquelas que por ventura, fizeram-me sofrer e que como poeiras quase imperceptíveis, se escondem nos cantinhos.


Penso que as energias benditas do universo, por motivos pessoais, se escondem nos “acasos” de minha vida, provocando encontros e situações, só para me fazer feliz, não aceitando ver-me triste, nem mesmo diante das perdas e isso é simplesmente fantástico...

Abastece-me de inspirações, ampara-me com um saudável otimismo, assegurando-me que o justo desejado, por mim será conseguido e aí, foco-me, não deixando que o imediatismo desvie meus propósitos, reforçando assim, a minha paciência em aguardar o que me está reservado, afinal, o tempo não é meu e sim, delas.

Paro de digitar e por um instante, olho para minhas benditas mãos, afinal, mais que partes de meu corpo, são os instrumentos que me permitiram expressar meu imenso tesão pela vida, fosse no ato de escrever, na fazedura de um alimento, jamais temendo ou economizando as infinitas carícias que distribuí ao longo de minha vida e até mesmo, na candura de enxugarem as lágrimas teimosas que insistiram em rolar pela minha face, fossem de alegrias ou dos muitos desencantos.

A vida não me poupou de absolutamente nada e então, pensando nisto, sorrio, justo, porque até o momento, os desafios foram aceitos e enfrentados, sem que o amor, jamais tenha saído de meu olhar e de minhas intenções em relação a vida e tudo que nela há. 

Pra você que pacientemente me lê, uma noite serena, na companhia do meu carinho.

Regina Carvalho- 21.8.2024 Itaparica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PSIU...COM SABOR DE MANGA ROSA

Cala-te cão do vizinho, deixe-me ouvir o galo a distância, os grilos se despedindo e até mesmo, alguns Bem-te-vis, moradores da mangueira qu...