Ontem, quando fui fechar as janelas, por instantes, detive-me também fechando os olhos e apoiando os cotovelos no parapeito, deixando com que minhas narinas absorvessem os deliciosos aromas que as brisas quase imperceptíveis as faziam movimentar no jardim, criando mais uma alquimia incopiável da natureza.
O silêncio seria quase que total, não fossem os grilos que agitados se instalavam com a impercepção de suas presenças...
Fazia tempo que eu não experimentava vivenciar toda esta maravilha, afinal, meus amanheceres sempre estiveram no topo de meu fascínio.
Valeu a pena...
Aliás, tudo sempre vale, já dizia Fernando Pessoa em seu poema “Mar Português”.
A expressão pode ser interpretada como a ideia de que mesmo que as coisas deem errado, elas valem a pena, pois se a alma não é pequena, tudo se transforma em aprendizado, sem que se perca o prazer sentido quando, então, pensava-se que seria possível...
No meu caso em particular, todo este cenário noturno, trouxe-me lembranças, assim, como reacendeu esperanças adormecidas, fazendo -me sentir a vida ainda mais pungente.
Portanto, só valeu a pena...
Regina Carvalho- 21.9.2024 Itaparica
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