Se não me falha a memória assisti a três, à partir de1970, todavia, revi inúmeras outras vezes ao longo dos anos, que sinceramente estou com dúvidas, afinal, Roberto e eu, adorávamos assistir aqueles dois vagabundos e suas lutas, onde não havia sangue e sim, muito divertimento, sempre com uma mensagem tácita, que era entendida, apesar de não estar expressa ou enunciada, que era a de preservar a honra pessoal, através da autodefesa, assim, como defender sempre que possível, os mais fracos e oprimidos.
"Meu nome é Trinity." O ator que o interpreta é Terence Hill, um italiano loiro de olhos azuis, com quem o nosso amigo François Starita, tanto se assemelha.
O apelido do personagem é "A mão direita do Diabo", em referência à fama de ser um dos pistoleiros mais rápidos do Oeste. Seu irmão é o corpulento Bambino, interpretado por Bud Spencer, conhecido como "a mão esquerda do Diabo", pelo mesmo motivo. Apesar de bons do gatilho, eles não dispensam uma boa luta de socos, nas quais, Bambino se mostra invencível.
Os irmãos vivem à margem da lei, mas possuem um código de honra que os leva a sempre ajudar os indefesos e a salvar as belas donzelas que encontram pelo caminho. Surgido em pleno auge da contracultura, Trinity se apresenta como um típico hippie vagabundo, vestindo roupas rasgadas e coberto de poeira do deserto dos pé à cabeça. Para as longas travessias pelo Oeste, ele usa uma "cama índia" (espécie de padiola), puxada pelo seu obediente cavalo.
Lamento que de lá pra cá, o excesso de sangue, mortes, traições, assim, como a falta de decência e honra, tenham sufocado os risos e despertado os pânicos, trazendo explicito a constante violência de todos os níveis que só suscitam o medo, travestido de exposição da realidade"", levando-nos a crer que o justo e o nobre, o certo e o errado, o bom e o ruim, estejam em extinção.
Ledo engano, afinal, se o impróprio não pode ser evitado, haverá de existir sempre os resistentes que nos seus anonimatos, fomentam o amor e a gratidão, pelo privilégio de se sentirem existindo neste mundo maravilhosamente repleto de vida.
E aí, deixo os pastelões das artes cinematográficas e relembro uma música chamada "Wonderful World" lançada um pouco antes em 1967 que se eternizou através do incrível, Louis Armstrong.
Sim, o mundo é maravilhoso, assim, como cada um de nós...
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Regina Carvalho22.9.2024 Itaparica
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