terça-feira, 24 de setembro de 2024

CASTA INTIMIDADE

Curiosa, abro a janela, quero assistir esta tromba d’agua desabando lá fora, no íntimo, desejando estar em meio ao gramado, banhando-me neste chuveirão da natureza...

De certa forma banho-me, tendo como companhia, a escuridão deste amanhecer lento, os arrepios de um inverno fraco, mas tinhoso que insiste em se mantér nem que seja, vez por outra, mesmo sendo escorraçado por um poderoso sol que com suas espadas de raios e luzes, mostra quase que o ano inteiro, sua majestade por estas bandas nordestinas.

De repente, desligo a música para tão somente, escutar os sons da vida que tal, como eu, resguardam-se, mas ainda assim, sorrateiros e tinhosos como a chuva, se exibem com o melhor que podem oferecer.

Os pássaros cantam, eu escrevo...

Neste bendito duelo amoroso do apenas interagir, nos completamos amorosamente, numa casta intimidade.

A chuva está se aquietando, afinal, lavou vigorosamente a terra e a mim...

Regina Carvalho- 24.9.2024 Itaparica



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...que já existem infinitas pessoas discursando, escrevendo e poetando dentro dos limites do politicamente correto que, afinal, não promovem...