sexta-feira, 20 de setembro de 2024

SEM JUÍZO...

As vezes, como neste amanhecer, aparentemente sozinha, olho fixamente para mim, numa tentativa amorosa de entendimento quanto, a minha insistência que caracterizou o meu jeito de ser e de pensar e o que é ainda mais grave, só conseguir falar e escrever sobre o belo e ao mesmo tempo, fugir dos lugares comuns, onde a maioria o busca, preferindo “aquele” belo que de tão presente e  óbvio, passa despercebido e que para mim, ora é como uma chuva leve e refrescante de verão, ora uma aragem fresca com aromas originais da primavera.

Quem comigo convivi, bem sabe que não sou afeita a sair de minha casa sem um objetivo, passando dias seguidos em meio ao meu universo pessoal, usufruindo-o sem limites, muitas vezes, lembrando-me de estar saboreando um apenas milho cozido na água e sal que de tão gostoso, chupo até o sabugo.


E aí, o que mais me sobra é o tempo que falta para a maioria e então, agradeço a vida, porque afinal, mesmo em um tempo em que, este me assolava ao ponto de exaurir-me, ainda assim, a Regininha era capaz de reservar benditos instantes para apenas, usufruir do bendito belo que insistente, adentrava como brisas aliviadoras, afim de não me deixar esquecer que desta passagem terrena, tudo que verdadeiramente importa é o amor que distribuímos e recebemos em ações que de tão simples e corriqueiras, não são consideradas, mas que por algum motivo que desconheço, sempre foram absurdamente nítidas à minha sensibilidade e que me serviram como caloroso consolo, quando o tudo mais, parecia querer me sufocar.

Por que escrevo sobre emoções, quando poderia relatar sobre um cotidiano farto e amplo que faz tremer a mente e o tudo mais também e é do gosto popular?

Penso então, que já existem neste mundo de meu Deus, infinitos outros que descrevem os horrores e desamores, por que, havia de ser eu, mais uma a relatar incansável as misérias e desamores da convivência do ser humano, num estímulo ininterrupto ao tesão mórbido?

E aí, penso num aparente simples sorriso, que se torna uma fonte inesgotável de prazeres estimuladores, levando-me a dele lembrar, sentindo-o como um bálsamo salvador, naqueles instantes sombrios que me rondam, tanto quanto, a você que me lê.

BOM DIA, com um sorriso carinhoso desta senhora sem juízo, uma “Gauche da vida” que por opção, escolheu o belo, como parceiro de vida e liberdade.

Regina Carvalho- 20.9.2024 Itaparica

*GAUCHE- Significa basicamente o indivíduo desajustado.

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