sexta-feira, 18 de outubro de 2024

SIMPLES ASSIM...

Depois de acordar fora dos meus padrões de horário, cá estou ouvindo um delicioso Saxofone com acompanhamento magistral dos pássaros sem que um interfira nos acordes do outro e assim, meu todo de criatura humana, depois, de uma noite mal dormida (coisa raríssima de acontecer), vai se harmonizando pouco a pouco.

Apesar de ser uma escrevinhadora tenaz em descrever o belo, o justo e o nobre, assim como arduamente tentar compreender as motivações para o feio e o grosseiro, nunca estive imune nem a um e muito menos ao outro, portanto, é natural que sinta como qualquer outra pessoa, as emoções oriundas destes aspectos da convivência humana, fortalecendo-me ou ao contrário, enfraquecendo-me.


A diferença de minhas reações para as da maioria que me cerca, talvez, seja a couraça de luz que somente, o amor a vida, acrescido da consciência de sua brevidade, sejam capazes de oferecerem e assim, minha resiliência esteja mais fortalecida, se bem, que não menos dolorida.

Meu silêncio, diante do imponderável, reflete apenas, a minha absoluta convicção de que nada é por acaso e que em tudo, está embutido um aprendizado se estivermos atentos e desejosos em não desperdiçarmos absolutamente nada, nesta caminhada vivencial, além de estar por todo tempo ciente que os atos alheios, falam mais sobre o outro, assim como minha reação, descreve quem sou.

Com o tempo, percebemos aliviados que o fato de nos terem ofendido, traído e consequentemente nos machucado, traduzem-se na conscientização de nossos limites em relação ao tudo mais e a isso, chamo de apoio das forças universais, pois, pelo menos no meu caso, reajo com a serenidade de um real e visível “tudo bem” acrescido de minhas intenções que surpreendentemente, permanecem suaves e amorosas como o bater leve das asas das borboletas.

Quando muito, meu todo se renova através de uma urina constante das mazelas sistêmicas que por si só, leva-me a perder parte de uma sempre tranquila noite de sono, onde então, é oferecido “a Cesar o que é de Cesar”.

Simples assim...

"Senhor, onde houver ódio que eu leve o amor"

Regina Carvalho- 18.10.2024 Itaparica

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