Depois de acordar fora dos meus padrões de horário, cá estou ouvindo um delicioso Saxofone com acompanhamento magistral dos pássaros sem que um interfira nos acordes do outro e assim, meu todo de criatura humana, depois, de uma noite mal dormida (coisa raríssima de acontecer), vai se harmonizando pouco a pouco.
Apesar de ser uma escrevinhadora tenaz em descrever o belo, o justo e o nobre, assim como arduamente tentar compreender as motivações para o feio e o grosseiro, nunca estive imune nem a um e muito menos ao outro, portanto, é natural que sinta como qualquer outra pessoa, as emoções oriundas destes aspectos da convivência humana, fortalecendo-me ou ao contrário, enfraquecendo-me.
A diferença de minhas reações para as da maioria que me cerca, talvez, seja a couraça de luz que somente, o amor a vida, acrescido da consciência de sua brevidade, sejam capazes de oferecerem e assim, minha resiliência esteja mais fortalecida, se bem, que não menos dolorida.
Meu silêncio, diante do imponderável, reflete apenas, a minha absoluta convicção de que nada é por acaso e que em tudo, está embutido um aprendizado se estivermos atentos e desejosos em não desperdiçarmos absolutamente nada, nesta caminhada vivencial, além de estar por todo tempo ciente que os atos alheios, falam mais sobre o outro, assim como minha reação, descreve quem sou.
Com o tempo, percebemos aliviados que o fato de nos terem ofendido, traído e consequentemente nos machucado, traduzem-se na conscientização de nossos limites em relação ao tudo mais e a isso, chamo de apoio das forças universais, pois, pelo menos no meu caso, reajo com a serenidade de um real e visível “tudo bem” acrescido de minhas intenções que surpreendentemente, permanecem suaves e amorosas como o bater leve das asas das borboletas.
Quando muito, meu todo se renova através de uma urina constante das mazelas sistêmicas que por si só, leva-me a perder parte de uma sempre tranquila noite de sono, onde então, é oferecido “a Cesar o que é de Cesar”.
Simples assim...
"Senhor, onde houver ódio que eu leve o amor"
Regina Carvalho- 18.10.2024 Itaparica
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