Vivenciando um tempo em que as emoções ditam sentenças e os gritos fazem mais eco que os argumentos, há quem ainda como eu, se inclina sobre os fatos como quem lê um mapa com atenção, crendo que o mundo, embora caótico, tem uma ordem que se revela.
A lógica dos fatos não se impõe e muito menos faz barulho, apenas é.
E por isso mesmo, é pedra fundamental para os maiores entendimentos, sejam científicos, sociais, políticos ou pessoais. Sem ela, toda opinião se transforma em julgamento, palpite.
O senso crítico, esse dom raro e necessário, que deveria ser o ponto de partida de todo e qualquer método educacional, nasce onde a lógica mora. Não se trata de duvidar de tudo, mas de questionar com base e de separar o que se sente do que se sabe. E quando isso se pratica, o pensamento se refina, como um vinho bem estocado com paciência. Cultivar a lógica é como manter os óculos limpos dos embaçados da mente. É deixar que os fatos falem antes das certezas. É entender que só com os pés firmes na realidade se pode alcançar qualquer ideia de “verdade”.
Se quisermos ser menos manipuláveis, mais conscientes e verdadeiramente livres, é pela lógica que devemos começar. Pois é ali, na raiz dos fatos, que germina as flores benditas do mais legítimo entendimento.
Penso que eu e você, vivemos num tempo em que as emoções, sufocam a lógica das razões e este sufocamento altera as percepções e impedem a conscientização das realidades nas convivências e nas políticas, esta principalmente, extremamente polarizada não se explica mais apenas pelos discursos dos palanques, mas também pelas sutilezas das manchetes midiáticas, pelos silêncios calculados nos telejornais, e pelos editoramentos seletivos das entrevistas, transformando tudo em construção e narrativa milimetricamente calculadas e é aí, que a lógica dos fatos se torna urgente e indispensável.
Há um hiato perigosamente silencioso entre a informação e a intenção. A mídia, que deveria se apresentar como espelho da realidade, muitas vezes nos oferece um reflexo moldado, às vezes à esquerda, outras à direita. Nada escancarado, nada grosseiro. Só o suficiente para guiar uma percepção, induzir uma conclusão, plantar uma crença.
É preciso, então, burilar os sentidos, transformando-os em parceiros treinados da mente, afinal, pensar com lógica é mais do que entender causas e consequências e sim, saber perguntar: o que não foi dito e por quê? De onde veio esse dado, ele é confiável? Por que esse tema se tornou repetitivo ao ponto de muitas vezes exaurir a paciência, como se nada mais importante estivesse acontecendo? A quem serve essa narrativa? Quando essas perguntas começam a surgir, o senso crítico começa a nascer.
A lógica, precisa ser fria e sem alardes, como uma bússola nesse mar revolto de opiniões disfarçadas de notícias e de lados bonzinhos e mauzinhos. Só com ela podemos separar o fato do barulho, o argumento da propaganda disfarçada, pois, só assim, com raciocínio lúcido, conseguimos escapar do enredo que escrevem por nós e passamos a escrever o nosso próprio.
Porque a verdadeira liberdade de pensamento não está em escolher um lado, mas em entender todos, antes de decidir qual faz mais sentido.
Simples assim...
Um bom dia para você que me lê, repleto de logicas saudáveis e menos atávicas crenças que não fazem mais sentido diante das realidades, repletas a olho nu de infindáveis incoerências.
Regina Carvalho- 25.7.2025 Tubarão S.C
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