Não sei se escrevo ou admiro o bendito sol que nesta manhã, resolveu voltar a brilhar no céu de Itaparica, depois de dias intermináveis de chuva.
Também os pássaros estão como eu, maravilhados e se expressam cruzando o jardim com seus voos e cantos, alegrando ainda mais o meu coração.
Logo ao acordar, pensei analisando o meu ofício de comunicadora que nos dias atuais em meio a tantos outros mais veementes, jovens, descolados e bonitos, colorindo com suas imagens as redes sociais, enquanto eu, instigo reflexões, caminhos únicos, capazes de mudarem posturas e aliviarem sofrimentos inúteis.
Não obtenho lucros financeiros, já que não vendo brilhos, serviços e muito menos ilusões, portanto, não sou útil aos costumeiros patrocinadores, em contra partida, tenho ganhado como retorno, preciosas criaturas do mundo inteiro ao longo destes quase dez anos de redes sociais.
Olhando este meu trabalho X prazer, com certeza, não poderia deixar de analisar, destrinchando os meus propósitos, frente a sempre crescente indiferença nos relacionamentos do cotidiano de qualquer natureza.
Em tempos de redes sociais, onde a imagem importa mais que a intenção e a curtida vale mais que o conteúdo, a comunicação tem sido, muitas vezes, usada como vitrine e não como ponte. Publica-se muito para chamar atenção, pouco para promover união.
No entanto, sempre acreditei que comunicar é também um ato político, social e profundamente humano. Cada palavra lançada seja num post, num comentário ou numa legenda, tem o poder de construir pontes ou muros. E talvez, por isso, devêssemos repensar: o que temos feito com a nossa voz, nossa imagem e nossas escritas?
É fácil escrever o que gera aplausos. Difícil é dizer o que estimula reflexão. A vaidade pede números, mas o respeito pede empatia. A pressa pede barulho, mas a convivência pede silêncio. Silêncio que escuta, que acolhe, que permite ao outro existir sem ser interrompido.
Falar para somar. Escutar para entender. Publicar não apenas para se destacar, mas para conectar. Para lembrar que do outro lado da tela há um ser humano com dúvidas, com medos, com histórias. Que palavras podem gerar lucros, sim, mas também podem gerar laços.
A maturidade digital e emocional, talvez esteja justamente aí: em saber que nem tudo que se pensa precisa ser dito, e nem tudo que se diz precisa ser gritado. Acredito que uma boa convivência começa quando escolhemos comunicar com respeito, com responsabilidade e com propósito.
Talvez, se aprendêssemos a falar com gentileza e a ouvir com empatia, nossos dias seriam menos duros, nossos encontros menos tensos, e nossas convivências mais humanas.
Porque mais do que visibilidade, o que percebo é que o mundo precisa é de sensibilidade.
Bom dia repleto de sol em sua mente e alma.
Regina Carvalho- 9.7.2025 Itaparica
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