...e no meu coração também nesta tarde de domingo de julho, que se apresenta mais frio que do costumeiro nos vinte e três invernos de permanência em Itaparica.
Faz muito tempo que não sinto qualquer tipo de ansiedade, capaz de despertar aquela melancolia que beira a tristeza e induz a um choro doído.
No entanto, nesta última semana em que se aproxima a minha despedida deste paraíso que abusadamente, chamo de meu, confesso que tem sido ainda mais difícil deixar para traz minha praia, meu jardim, meus pássaros e toda esta magia energética que tomou posse de mim e que lentamente, foi me transformando de lagarta rastejante em uma leve e livre borboleta.
Nestes instantes em que descrevo meus doloridos sentimentos, desfilam na mente e distribuindo aos meus sentidos, rostos, aromas e sabores que mais que conquistar, adentaram em mim, tornando-me a criaturinha mais feliz e grata deste mundo, assim, como afastando de mim, tudo quanto, não me era afim. Então, como não chorar?
Como não lamentar, se foi aqui que a Regininha, bateu pela primeira vez as asas e voou livremente, sem o consciente maldito medo de assumir as minhas visões apaixonadas, deixando a alma poetizar e quando necessario, a lógica se expressar em defesa deste amado reduto e seu povo de beleza e acolhimento?
Planos eu fiz, mas Deus já tinha os dele, tanto da chegada, quanto da partida, permitindo-me no espaço entre um e outro, vivenciar mil gozos. Agradeço a Deus e a todas as energias de luz, guias benditos da minha trajetória existencial
Regina Carvalho- 13.7.2025 Itaparica
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