Estou aqui pensando, numa constante avaliação de minha vida, sobre os poucos, mas danosos e destrutivos inimigos que arrebanhei nesta minha jornada existencial, se bem que sempre preferi lembrar daqueles que me quiseram o bem ao longo da trajetória, todavia, vez por outra, lembro dos “desafetos”.
Forço a mente e vou a infância, cujas lembranças são maravilhosas, mas mesmo entre elas, lá estava a tia Helena, irmã de meu pai que não mediu esforços em ser desagradável, inclusive malévola, pois sabedora de meu pavor em relação as baratas, sempre que podia, ameaçava joga-las em mim, criando assim, um trauma que me acompanha até os dias atuais. Pura maldade, sem razão de ser, afinal, eu era uma garotinha de cinco ou seis anos, o que poderia ter feito para despertar tanta rejeição que na realidade se arrastou vida afora.
Depois, vieram as cunhadas, cada qual, me detestando mais que a outra. Cruz credo!!! Só de lembrar, me arrepio...
A rejeição em família para por ai, crendo sinceramente que neste caso em particular, eu era tudo ao contrário do que elas esperavam; carioca, bonita, queimadinha do sol de Ipanema, descolada, meio aluada e terrivelmente apaixonada, totalmente fora da artificialidade das aparências sistêmicas esperada, geralmente hipócritas que simplesmente, não combinavam com a minha irreverência e espontaneidade, ainda bem que seus pais, me adoravam e foram grandes e amorosos parceiros até o fim de suas vidas, aliás, morávamos juntos e fomos muito felizes. Elas, jamais saberão o que perderam.
Às vezes, penso que a minha postura altiva à primeira vista, pode suscitar uma certa antipatia, todavia, quando a pessoa se permite me conhecer um pouco que seja, logo joga por terra sua primeira avaliação, pois percebe que sou apenas discreta (menos escrevendo), educada e respeitosa, além de brincalhona, irreverente, as vezes desbocada, extremamente ética e amorosa.
Quem me prova, diz; amém e lambe os beiços” e como podem constatar, também sem nenhuma modéstia, já que sei ser pretenciosa e muitas vezes, como agora, uma imprudente sem noção...
E então, enquanto escrevo, sem regras como uma “maluca beleza”, finalmente descubro a razão de algumas rejeições que tive ao longo da vida, afinal, sou uma “porca espanada feliz”, que se adapta em qualquer ambiente, não se apega a absolutamente nada material, grata pelo que tem, capaz de dizer sem qualquer constrangimento “eu te amo” a quem tocar no seu coração, e a esta, ser fiel incondicionalmente, assim, como tem coragem de não negociar seus valores, pagando caro, sem reclamar e sem arrependimentos o alto custo que lhe é cobrado, e aí, convenhamos que esse tipo de Regininha, é coisa rara de existir, de repente, pensam; “pode até morder”.
Portanto, concluo ser uma consequência inevitável, esbarrar vez por outra em uma dura rejeição, afinal, em um mundo repleto de infelizes contumazes, ser como sou sem véus de disfarces e esbanjando minha alegria de viver, certamente choca e afronta, assim, como também causa um certo receio, digamos, aos mais prudentes que sei que me gostam, mas que fogem de mim, como o “Diabo da cruz”.
Nossa, já é muito tarde.!.
Boa noite com tesão pela vida, na mente e no coração.
Regina Carvalho- 8.7.2025 Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário