Sorrateiras, vão serpenteando os sentidos, viciando-os gradativamente a subornarem a mente com mensagens duvidosas de um “tudo bem” inexistente, geralmente, leviano e inapropriado a um real bem estar, criando na consciência, uma aparente forte resistência que com o passar do tempo, se mostra como frágil papel que uma vez umedecido, primeiro mofa, enfraquecendo a natural firmeza e brilho e em seguida, vai se esfarelando gradativamente.
E aí, a mente fragilizada pelo excesso de contradições ao longo do tempo, começa a pedir socorro e a mais rápida e aparente solução, vem através dos paliativos farmacológicos tarjados de preto, como imediatos salvadores, que nada mais são que borrachas novas que são colocadas nas tampas das panelas de pressão para que estas, não explodam e, possam voltar a cozinharem com relativa segurança.
O alimento duro e resistente que as mídias, modismos e culturas, induzem nas pessoas, levam-nas a cegueira mental de não enxergarem “um tudo de bom” saudável e natural, já existente ao alcance de seus sentidos e que são capazes de com eficiência, mesmo que estejam crus, geralmente, à disposição nos quintais das existências, sempre prontas a saciarem as reais necessidades nutricionais e ainda, proporcionarem uma tranquila digestão.
E aí, a ausência destes alimentos básicos e indispensáveis, promovem os consequentes “nó nas tripas”, que se expressam em comorbidades físicas e mentais, numa viciosa e variável instabilidade, até que, a morte ora bem-vinda, bata na porta, pondo um ponto final nas sempre incomodativas angustias, provocadas pelos constantes vazios, provocados incessantemente pelas concessões que flagelam, violando o natural e o saudável.
OBS: Comorbidade é toda doença, condição ou estado físico e mental que, em razão da gravidade, pode potencializar os riscos à saúde, caso o portador venha a se infectar com algum agente patogênico.
Bom dia, se possível, resistindo pelo menos, a uma nova concessão, seja lá, do que for...
Regina Carvalho- 20.06.2024 Itaparica
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