33 anos após a criação do primeiro real apoio à população carente, o exército de necessitados só aumentou, assim como a variedade deles, mas, nenhum expressivo aumento para o salário mínimo para que houvesse um incentivo ao trabalho como ocorre com os salários das áreas políticas e judiciárias. Não duvide que em breve teremos mesada para gestantes, num incentivo ao aumento da miserabilidade, enquanto isso, defeca-se no mato e come-se farinha com feijão ralo, bebe-se água barrenta junto com os demais animais, num sem número de abrigos ainda de taipa ou pedaços de madeira que chamam de casa. Tudo muito lamentável...
Penso na ignorância que me domina, que se todo os recursos comprovadamente desviados dos cofres públicos por inquéritos e infindáveis avaliações e confirmações das instâncias judicias, até a suprema corte, tivessem sido direcionados para que se criassem mecanismos educacionais e de geração de renda individual ou de grupos, certamente, ter-se-ia hoje, um número bem menos expressivos de dependentes sociais.
Não desconsidero o gigantismo territorial de nosso país e muito menos o expressivo aumento populacional, além das generosas aberturas agregativas em relação aos imigrantes, todavia, atenho-me ao volume de recursos públicos, sistematicamente desviados em cada metro quadrado, onde existam políticos e um esquadrão de oportunistas presentes para sistematicamente apoia-los, que engordam sem modéstias, suas contas bancarias, tendo como testemunha um povo em sua maioria carente de tudo, que se tornou incapaz de discernir o que lhe convém, viciado que está em aceitar migalhas.
Eu sei disso e você que me lê, também, mas fazer o quê, não é mesmo?
Estamos num mato sem cachorro, entre a cruz e a espada e com as calças na mão, portanto, só nos resta lamber os beiços entre a feijoada, a caipirinha, a cerveja e a água de coco e se possível, com o pé na areia, saudando o nosso tropicalismo com gratidão. "Viva o Brasil do samba, do BBB e dos paredões".
Regina Carvalho- 15.01.2025 Itaparica
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