quinta-feira, 28 de março de 2024

O mês de março que se tornou o mês da mulher está chegando ao fim, não sem antes, deixar violadas e tombadas muitas delas, através da insanidade masculina em crer-se proprietário de suas vidas, senhor de suas vontades, mesmo daqueles que se dizem aliados desta luta milenar de direitos.

Se não sou especialista acadêmica do assunto, certamente, sempre fui uma armazenadora de dados cotidianos, sofrendo na pele, as mais comuns das descriminações e pasmem, não só dos homens, mas também das mulheres.

E aí, venho tentando entender, crendo que serão necessárias muitas outras mentes pensadoras para que as mulheres possam verdadeiramente, se sentirem parte de um todo vivencial, sem estarem expostas a todo tipo de rejeição que com o tempo foi se camuflando, mas que na realidade, continua fortemente resistente e atuante.


Tenho por hábito em meus escritos, dissecar o completo corpo dos assuntos que abordo, não para mostrar sapiência, mas para demonstrar as vísceras do mesmo, afim de que a causa e razão deste ou daquele problema, não seja fatiado, deixando os entendimentos isolados, sem que os fios de suas completudes se unam.

Geralmente, preocupo-me com qualquer tipo de divisão de valores por crer que este, jamais trará um razoável entendimento, portanto, para ser sucinta deixo aqui uma reflexão.

“Num país de tradição machista e homofóbica, com baixa escolaridade e nenhuma cultura de valorização da própria mãe, uma mulher exibir-se sem limites, não é o mesmo que colocar-se na boca do leão para ser devorada”?

Jamais seremos iguais aos homens, portanto, não seria esta diferença que nos tornaria exclusivas, transformando, antes de tudo, a nossa visível inferioridade física em arma de combate e resistência, onde a mente produtiva e incrivelmente criativa, fizesse de nossos neurônios substitutos mais eficazes que nossos atributos físicos?

Essa retórica altamente divulgada de que posso ir, me vestir e estar em qualquer lugar é mais um slogan midiático incentivador a todo e qualquer excesso de ambas as partes, até porque, não há maiores amparos reais e palpáveis à tantos riscos previsíveis, assim como, maiores entendimentos razoáveis em relação ao mais primário combate, onde as forças estão em desequilíbrio, portanto, aonde falta o equilíbrio, jamais chegar-se-á a qualquer razão plausível e muito menos a um empate de forças e energias compatíveis, já que o respeito avaliativo entre os combatentes é inexistente.

DADOS OFICIAIS

Ao todo, 129 mulheres foram vítimas de homicídio na Bahia ao longo do ano de 2023. O número é o maior entre os oito estados 

analisados pela Rede de Observatórios da Segurança, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).

Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram 1.463 vítimas de feminicídio no ano passado em todo o país, ou seja, 1,4 mulheres mortas para cada grupo de 100 mil.

A cada 8 minutos, uma menina ou mulher foi estuprada no primeiro semestre deste ano no Brasil, maior número da série iniciada em 2019 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Foram registrados 34 mil  estupros de vulneráveis de meninas e mulheres de janeiro a junho, o que representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado.  

Regina Carvalho- 28.03. 2024 Itaparica

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